"Não queríamos que as cenas onde há sexo ou onde se fala sobre sexo fossem idealizadas"
Quais são os aspectos que o mantêm interessado na sua personagem?
Lembro-me de pessoas que os conheceram dizerem-me que, no final da vida, o Bill era uma pessoa muito carinhosa e que achavam Virginia mais fria. Achei isso muito interessante, tendo em conta que, no início da série, ele é um homem muito intimidante e manipulador. Gostei da perspetiva de interpretar uma personagem que muda ao longo dos anos, e de poder explorar como é que essa mudança aconteceu. Há sempre algo novo para explorar neste homem, porque ele estava sempre a mudar de um registo para outro. Nesta temporada há um novo William a despontar e nem ele próprio sabe o que vai acontecer.
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Masters of Sex retrata a evolução da sexualidade na segunda metade do século XX. Considera que as mentalidades mudaram desde então?
Foi chocante aperceber-me, até meados da década de 1950, quão pouca informação factual existia sobre sexo e sexualidade. Passaram centenas de anos de civilização, deveria haver mais que contar (risos)! É extraordinário como é que algo tão primordial para o ser humano, tão básico como o sexo não tivesse sido explorado. Ainda hoje isso me choca, como é que esse assunto ainda é abordado com base em estórias, informação que passa de pais para filhos e a quantidade de vergonha e confusão associada ao tema. Há sempre o perigo de não haver informação suficiente mas também é perigoso ter demasiada informação errada. A sexualidade tornou-se um tema passível de ser manipulado com o objetivo de gerar lucro. A liberalização da imagética da sexualidade, da escrita sobre sexo cria uma agenda perturbadora que pode ser mais prejudicial para uma sociedade do que a inexistência de qualquer informação.
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